sábado, 15 de novembro de 2014
As Cerejas
Pelo fresco da manhã, e ainda espevitados, puderam admirar a beleza da paisagem no seu
esplendor majestoso. Enquanto havia barulhos de nascentes a correr à beira dos
caminhos foram saciando a sede, e desta feita, tomaram alento para a longa
caminhada.
Quase chegando à
Vila, encontraram no chão uma ferradura, o pai já cansado, pediu ao filho para
a apanhar, ao que o filho respondeu não valer a pena baixar-se, porque era tão
só, e apenas, uma ferradura. O pai sem qualquer reprimenda, apanhou a ferradura
e colocou-a no bolso do casaco.
Na feira, o Sol
no seu apogeu estava abrasador, mas o intento do velho pai em realizar os seus
afazeres não levou muito a sério aquele calor imenso, percorreu a feira realizando
as suas compras.
Antes de voltar
para a sua aldeia na serra, foi a um ferrador e vendeu a ferradura. Com os
tostões obtidos, foi ao mercado e comprou cerejas.
No regresso a
casa, a caminhada parecia interminável; a determinada altura, o velho aldeão, decidiu
comer algumas cerejas; o filho preguiçoso, estava perplexo, e como a sede era
gigantesca não se conteve e pediu ao pai para lhe dar cerejas.
O Pai reagiu da
seguinte forma: foi deixando cair paulatinamente as cerejas para o chão, uma a
uma, o rapaz foi obrigado a baixar-se tantas vezes quantas cerejas comeu.
Já aborrecido, o
filho perguntou ao pai porque deixava cair as cerejas, ao invés de lhe dar as
mesmas na mão? O pai disse-lhe: Já viste meu filho, que para não te baixares
uma só vez a apanhar a ferradura, quantas vezes tiveste de fazê-lo por
consequência da tua preguiça?
Esta estória
foi-me contada e eu achei tão rica, que resolvi escrever a meu modo, sobretudo
porque eu abomino pessoas preguiçosas. Acontece que os preguiçosos não se esforçam
por nada, não se sacrificam por nada, não têm motivações para nada, não
conseguem construir nada e depois têm INVEJA dos que lutam e trabalham, dos que
conseguem a sua independência através do seu trabalho e da sua organização de
vida. E ainda, como se não bastasse, desfazem no trabalho de cada um! Criticam
a criação de cada um! A inveja é um dos grandes males dos povos!
Como eu amo trabalhar!
Sempre me
ensinaram….segue e faz, se hoje não fizeres muito bom, tenta amanhã, senão
amanhã, tenta no outro dia…porque, se quiseres, consegues o muito bom.
Ofélia
Cabaço
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