sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Memória

Perscruto o “eu” de mim…
A consciência volitiva apela à minha memória
Com ligeireza de arroio e sorriso tranquilo,
Sinto e revejo a minha história….
…Ondas batidas pela fúria do mar
Uvas e silvas, figos e catos
Tão pequenina a minha mão!
Brinco com hortenses azuis,
Imagino uma porta no horizonte
Que disfarçada de deus terreno
Ilumina o meu espírito nas tardes cálidas
E modela o meu coração de menina
Com expressão de Ventura e Justiça
Alma minha com miríade de existência
Alimentada com favos de mel
E onde a dor se acomoda teimosamente…
A minha história…
A solidão e o silêncio a meu lado,
Nos céus fadas brancas correm, e,
De um lado ao outro, cavalos e palácios…
E eu, tão pequenina!
Sentada no alpendre de minha casa
Entretida com sonhos e quimeras…
A minha história….

Minha consciência já com rugas
Deleita-se com liberdade e transparência,
Tranquilamente me chama e sorri,
E o vento e a chuva e o Sol e a Lua,
Sussurram ao meu ouvido a Paz eterna!

Ofélia Cabaço - 2012-09-12






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