Neste fim de tarde,
morna está a lua
Fatigada de ilusões e
romantismos
Parece dizer-me que
não sou tua…
À revelia dum inesperado
aforismo,
Quase me esqueci que
te espero…
As árvores deixam cair
suas folhas
Como um combate
renovado
Assim está minh´alma despida,
Descrente duma luz
fulgurante
O nosso mundo, quimera
inusitada
Não impede, por mim,
que eu peça
Ao rouxinol para te
segredar o meu amor
Infinito e puro como o
batismo dos poetas
Procurarei as cores e
o seu Pintor
Perscrutarei os
desenhos que nos dizem
O que as cores
escondem…
Encontrarei a tua
face, os teus olhos
Beijarei a tua boca…
Serás para sempre o Vulto
do Amor,
Quando depois do Amor,
nada mais vem!
Serás Primavera nos
Invernos, Sol, Lua,
Chuvas e as madrugadas
que batem à minha janela.
Ofélia cabaço
2014-09-30