quarta-feira, 19 de março de 2014

A Tarde,

Caía melancólica a tarde

O sol despedia-se carente de ti

No teu lugar a sombra de mim

Perguntava-me, de onde vim?

Havia cheiro a feno,

Mas, e tu? Onde estás?

O milheiral sedento

Ondulava dolorosamente,

A pradaria escutava o teu silêncio

E o cheiro a feno teimava

Numa cruel doudeira

Ah! quem me dera ter asas,

Procurar-te para além do fim

Encontrar-te no tempo findo

Esperar a gélida madrugada

Chamar-te à beira do mundo

Ouvir o eco desesperado

Da tua voz longínqua, o teu abraço

E o meu, num só, ao cair da tarde!

 

Ofélia Cabaço 

2014-03-19

 

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