As Tardes
Esquecer-se de si,
na reminiscência das mimosas,
anunciação, tempo festivo,
andorinhas no ar, vívidas,
constroem ninhos com folhas da romãzeira
frescas, renovadas a seu tempo
bicos de artesãos!
E as sestas sob o alpendre
axadrezado de troncos e flores,
Ó como são serenas as tardes!
há uma íntima alegria na renovação
das coisas, do que é Ser o Belo!
uma andorinha não é “coisa…”
natureza, exaltação e testemunho etéreo
que nos faz beber o canto nas tardes;
Um som ao longe,
Os sinos às Trindades, o murmúrio dos ciprestes
E o caminho solitário…
Ó como são serenas as tardes!
Ofélia Cabaço
2023-Janeiro-10
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