segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Desânimo

Metade de mim é ânimo e vontade e amor,
É o acordar em cada madrugada
É aplaudir a Natureza e a Vida
É sentir-me comovida,
Agradecida…

De mim outra metade é angústia
Toda uma intuição desmoralizante
Inibidora, inquietante,
Um invólucro na coroa dos meus sonhos
Anseios…
Metade de mim é chuva
Torrente que me obriga enamorar a morte
São os suspiros do vento que me alentam
As airosas madrugadas,
O pio das aves que me encanta
As águas das nascentes a correr, incessantes…
É o rumorejar das folhas numa despedida breve
Que me despertam…

É o sorriso das crianças que me afasta o choro,
E a Vida que me chama…

E a metade duma metade impera
Na ambiguidade do que me espera,
A outra metade é apenas metade
Duma tola tempestade…

Ofélia Cabaço
2015-09-07




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