sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Éramos Três

Unidos os três

Os três palmilhamos léguas


Partilhamos a três dignidade


Amizade, afetos, cumplicidade


Um dia surgiu a piruças


Atenta, vigiava nosso canto


Risos, ironias subtis, os três,


Ao jantar, contos e conversas


Acontecimentos inesperados


Explícitos (…) por via do implícito!


Éramos três,


À roda da roda dos três,


Resoluções!


Momentos cinzentos, superados


Os três,


Viajaste num dia de chuva,


Choramos os três,


Prenúncio do futuro incógnito!


Teu quarto silencioso e o cheiro de ti,


Saudade!


Éramos Três


À mesa dois, os três!


Nos nossos corações timidez


Com receios de insensatez


Na noite ouvi barulhos em baixo,


Desci a escada, enfrentei,


Não era nada, ninguém como tu,


Subi apressadamente,


Escondi a cabeça somente


Conversei com deuses e fadas


Fiz o esforço do canto,


Éramos Três


Respirei fundo, a alma doía!


Senti saudades do teu café,


Da tua torrada com fé


Lembrei a minha cusquice


Naquele dia, curiosa, escutei


Na porta do teu quarto, tossi!


Esqueci-me que estava a cuscar


Abriste a porta num relance,


Eu disse - Olá!


Rimo-nos os dois, às lágrimas!


Tu serás sempre tecido de mim


És a mais bela flor do nosso linhal.


Foste o símbolo do meu viver!


 


 


Ofélia Cabaço, 2013-05-10





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