Éramos Três
Unidos os três
Os três palmilhamos léguas
Partilhamos a três dignidade
Amizade, afetos, cumplicidade
Um dia surgiu a piruças
Atenta, vigiava nosso canto
Risos, ironias subtis, os três,
Ao jantar, contos e conversas
Acontecimentos inesperados
Explícitos (…) por via do implícito!
Éramos três,
À roda da roda dos três,
Resoluções!
Momentos cinzentos, superados
Os três,
Viajaste num dia de chuva,
Choramos os três,
Prenúncio do futuro incógnito!
Teu quarto silencioso e o cheiro de ti,
Saudade!
Éramos Três
À mesa dois, os três!
Nos nossos corações timidez
Com receios de insensatez
Na noite ouvi barulhos em baixo,
Desci a escada, enfrentei,
Não era nada, ninguém como tu,
Subi apressadamente,
Escondi a cabeça somente
Conversei com deuses e fadas
Fiz o esforço do canto,
Éramos Três
Respirei fundo, a alma doía!
Senti saudades do teu café,
Da tua torrada com fé
Lembrei a minha cusquice
Naquele dia, curiosa, escutei
Na porta do teu quarto, tossi!
Esqueci-me que estava a cuscar
Abriste a porta num relance,
Eu disse - Olá!
Rimo-nos os dois, às lágrimas!
Tu serás sempre tecido de mim
És a mais bela flor do nosso linhal.
Foste o símbolo do meu viver!
Ofélia Cabaço, 2013-05-10
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