Esquecida neste canto, vislumbro
Montanhas e florestas, entretanto,
Falo-te de afetos com assombro
Neste silêncio a tua voz é calma
Vagueia como destino nevoento
Oiço expectante o meu pensamento
Que me aconselha sossegar a alma
És um judeu errante, peregrino,
Aquele que sabe e não tem tino
Sei que o vento te sussurra
Que o meu sorriso é teu, sou terra,
Dela nasci, e o nosso amor também,
Sinto que nesta colina, sou ouvida
À noite as nuvens descansam, amém,
P´la madrugada, clareiam a minha vida
Tu que és impassível e me estimas
Não saltas, não sorris, não me animas
Eu, muda, soturna, desejo-te!
Meus cabelos branqueiam,
Tu és as minha rugas,
Nossas vidas húmidas de calor
Lagos a fluir águas e ardor
Chamas que amansam nossas brigas.
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