sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Imensa é a Planície

Planície perdida, quem sóis?
Em ti moram girassóis
Chorosos, olhos negros e coração
Cabeleira doirada, um condão
Suas pétalas sedentas, o calor!
Ao sereno, caem preguiçosamente,
Uma a uma, discretamente,
Quietude, sossego da alma
Como água serena das fontes
Ouvem-se de muito longe, as vozes
Todas as noites, e de dia, às vezes,
Uma quietude embaraçosa, fugidia,
Trémula, esquecida da luz  do dia
A planície, vestida de viúva
Ébria de húmidos aromas
Agoniza, sensual como as damas
Chamas que se somem na ardura
Dum sonho incerto que perdura
Quem és planície?
Sou enfim, o abraço d´agonia,
Responde o poeta ressuscitado!

 

Ofélia Cabaço
2013-10-25

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