domingo, 5 de fevereiro de 2017

J.F.C.

Duas lágrimas frias
Intermináveis...
Correm minhas faces, todos os dias
Dizíveis...

Na minha alma, esta nova dor, rebate
Um obstinado pensamento, razão
Desordenada, e minha vida cambiante (...)
Par que me atormenta e me roubou a firmeza,

Não é como dantes a Voz do vento
Nem as aves cantam com leveza
E os rebentos, preguiçam nos galhos...
As folhas caem amarelecidas, tédio, desejos

Impotentes em que se enrodilham os cadilhos
E as lágrimas geladas...
Insistem fazer dos meus olhos nascente,
Correm deliberadamente, de mãos dadas

Numa abundância desmesurada, cadente
Sinto-as verter, sem crer no que quero
Talvez Justiça, neste Mundo austero (...)

Choro, e parada, corro como o rio impuro
Procuro o vento, aquele que me fala, perjuro
A morte que me roubou e um Bem me levou!

Ofélia Cabaço
2017-02-02




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