terça-feira, 1 de novembro de 2016

Minha avó

Um dia minh´avó me contou,
que em tempos sofrera de estranha moléstia
e só bebendo o orvalho da videira,
que de noite, Nossa Senhora abençoou,
conseguiu cura verdadeira;

Donzela e bela à parte sua modéstia
dali por diante saúde irradiou
Tinha cabelos da cor do trigo, mudou
da noite para o dia a cor para branco
nesse ponto, ficou igual a Petra, sua tia,

Branca e pálida sempre fora a sua tez
mais alvacenta ficara daquela vez
Seus olhos, então, da cor dos prados
tingidos foram sem qualquer brado
castanhos e suaves, iguais ao coração das margaridas
se tornaram, repletos de adoráveis matizes...

Tempos com tragédias idas
Minh´avó pálida e de castanhos olhos
Cabelos da cor do algodão, de grande coração,
Grande, como o mais alto milheiral
altiva e arrebitada, a cada hora conselhos!
Foi à beira d´água um robusto mural.


Ofélia Cabaço
2016-02-06

Obs: Hoje, dia de finados, ofereço à minha avó, aquela que foi meu pai, minha mãe, meus irmãos, minha casa, e, que me amou como ninguém. Paz eterna para sua Alma. Beijo-te em silêncio e com a maior homenagem possível na verdade e no amor.



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