Um dia
minh´avó me contou,
que em
tempos sofrera de estranha moléstia
e só
bebendo o orvalho da videira,
que de
noite, Nossa Senhora abençoou,
conseguiu
cura verdadeira;
Donzela
e bela à parte sua modéstia
dali
por diante saúde irradiou
Tinha
cabelos da cor do trigo, mudou
da
noite para o dia a cor para branco
nesse
ponto, ficou igual a Petra, sua tia,
Branca
e pálida sempre fora a sua tez
mais
alvacenta ficara daquela vez
Seus
olhos, então, da cor dos prados
tingidos
foram sem qualquer brado
castanhos
e suaves, iguais ao coração das margaridas
se
tornaram, repletos de adoráveis matizes...
Tempos
com tragédias idas
Minh´avó
pálida e de castanhos olhos
Cabelos
da cor do algodão, de grande coração,
Grande,
como o mais alto milheiral
altiva
e arrebitada, a cada hora conselhos!
Foi à
beira d´água um robusto mural.
Ofélia
Cabaço
2016-02-06
Obs: Hoje, dia de finados, ofereço à minha avó, aquela que foi meu pai, minha mãe, meus irmãos, minha casa, e, que me amou como ninguém. Paz eterna para sua Alma. Beijo-te em silêncio e com a maior homenagem possível na verdade e no amor.
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