Mal
acredito que ouvi a chuva
Espreitei
lá fora a frescura das rosas
Vi os
botões enfeitados com pérolas
A
desprenderem-se dos ramos, na curva,
A
buganvília chorava o adeus, generosas
Alfazemas
aromatizavam os canteiros
Beleza
e sentimento verdadeiros,
E a
terra molhada evolando essência...
Como um
coração palpitante, descoroada
De
louros e apego, descansa obediência,
A
Terra...,
Até
que as ervas, as daninhas, a desperte
Ruidosamente
para um novo combate...
E a
Serra, da minha janela a vejo,
Bucólica,
enfeitiçada por um diadema de prata
Metamorfose
exterior que evoca mistério e ensejo;
Como um
sepulcro de efémera ilusão, desata
Numa
voz invencível – aqui jaz um coração -
E
a chuva para, para que eu oiça esta oração.
Ofélia
Cabaço
2016-10-12
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