quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O Caminho

Caminho, caminho e caminho
Como um caderno ao contrário
Aonde escrevo dor, sem qualquer simetria
Caminho apenas procurando O Caminho

Como águas puras dos rios, anseio
Percorrer os vales e chegar ao mar…
Saborear o sal e beber branca espuma
E caminhar no resplandecente azul imenso
Suspensa por fita violácea desde o céu
À Terra…
Como uma doida fugir da bruma…
Adormecer sobre folhagem caída
Enlevada por odores das criptomérias,
Sem qualquer simetria…
Num lugar aonde não há tristezas
E a vida é um cântico…, a vida,
Almejando o caminho da ida,
Sob égide de brisa suave,
Cores e conchas pintadas…

Desejo, sem qualquer simetria…
Esquecer os passos tristes d´outras eras
Despir-me da dor e vestir-me de amor,
Sossegar minh´alma…
Ouvir melodias ao romper do dia
Recolher a saudade de onde eu era
Como um jogo de luz e cor,
Sem qualquer simetria…



Ofélia Cabaço
2015-11-19



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