terça-feira, 27 de outubro de 2015

Conheço O Desconhecido…

 Aquele que me conhece eu amo,
Conheço-O no âmago do Desconhecido
Em cada folha que leva o vento,
Teu olhar padecido…
Tua palavra é fio reluzente entre Árvore e ramo
Deu-me a voz que a mais não invento
Dentro de mim, bálsamo de Ti…

E as folhas caem uma a uma, sem dó
Do desamparo da nudez…
Observo a decadência com olhos trágicos
Amanhã talvez…

E minh´alma ferve comiseração
Ociosa duma trégua à mão do Fado
Impotente … , salve Salomão,

Horas que me não lembro,
O sol dardejava entre ramagens
Alívio meu enfim, alvito…

Sobre planície alagada brilhava candura,
Corriam águas gélidas nos rios,
Açucenas e lírios bocejavam nas margens
E os salgueiros dobravam-se para Ti
Eu sou o choupo que se inclina e perdura

A minh´alma…
No silêncio da Tua palavra pressentida
Vestida de chuva nas colinas…
Contrito, o meu coração para Ti.

Ofélia Cabaço
2015-10-27








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