Todas
as palavras que escrevi
São
exaltação, são premissas,
Porque
tudo tem conexão na exatidão
Do
meu sentir, e de mim são promessas,
Combato
a ignorância, filha bastarda do supérfluo
Eu,
que sou ignorante, na ignorância dos outros flutuo,
Oiço
ao longe, orquestras idem, bis…
Honras
ao poder e ao absurdo, teclas partidas
E
um piano calado à tona do mar
Som
de gaivotas irisadas, azar,
(Dizem
os Velhos sempre Novos…)
Gaivotas…
Violam
o espaço e o silêncio
Sob
um firmamento saudoso de cores
E
os poentes, em tons de aguarelas,
Esmaiados
de vida e ardores
Prenúncio
dum decreto mefistofélico…
Sonhos
venturosos, pedaços de mim
Que
sobre a nudez dos vales florescem
E
morrem e nascem e morrem, instantes…
Quimeras
que construí num dia luminoso
Alívio
dum peso monstruoso,
Que
dilacera minh´alma e me obriga a carregar
O
tamanho duma injustiça secular…
Não
sei da balança, só sei do meu agir para atingir…
Ah!
Se não fosse este devaneio que me dita palavras
Eu
não escreveria, morreria antes…
Ofélia
Cabaço
2015-10-26
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