segunda-feira, 26 de outubro de 2015

As palavras que escrevo,

Todas as palavras que escrevi
São exaltação, são premissas,
Porque tudo tem conexão na exatidão
Do meu sentir, e de mim são promessas,

Combato a ignorância, filha bastarda do supérfluo
Eu, que sou ignorante, na ignorância dos outros flutuo,
Oiço ao longe, orquestras idem, bis…
Honras ao poder e ao absurdo, teclas partidas
E um piano calado à tona do mar
Som de gaivotas irisadas, azar,
(Dizem os Velhos sempre Novos…)

Gaivotas…
Violam o espaço e o silêncio
Sob um firmamento saudoso de cores
E os poentes, em tons de aguarelas,
Esmaiados de vida e ardores
Prenúncio dum decreto mefistofélico…
Sonhos venturosos, pedaços de mim
Que sobre a nudez dos vales florescem
E morrem e nascem e morrem, instantes…
Quimeras que construí num dia luminoso
Alívio dum peso monstruoso,
Que dilacera minh´alma e me obriga a carregar
O tamanho duma injustiça secular…
Não sei da balança, só sei do meu agir para atingir…

Ah! Se não fosse este devaneio que me dita palavras
Eu não escreveria, morreria antes…


Ofélia Cabaço
2015-10-26









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