Aquele que me conhece eu amo,
Conheço-O
no âmago do Desconhecido
Em
cada folha que leva o vento,
Teu
olhar padecido…
Tua
palavra é fio reluzente entre Árvore e ramo
Deu-me
a voz que a mais não invento
Dentro
de mim, bálsamo de Ti…
E
as folhas caem uma a uma, sem dó
Do
desamparo da nudez…
Observo
a decadência com olhos trágicos
Amanhã
talvez…
E
minh´alma ferve comiseração
Ociosa
duma trégua à mão do Fado
Impotente
… , salve Salomão,
Horas
que me não lembro,
O
sol dardejava entre ramagens
Alívio
meu enfim, alvito…
Sobre
planície alagada brilhava candura,
Corriam
águas gélidas nos rios,
Açucenas
e lírios bocejavam nas margens
E
os salgueiros dobravam-se para Ti
Eu
sou o choupo que se inclina e perdura
A
minh´alma…
No
silêncio da Tua palavra pressentida
Vestida
de chuva nas colinas…
Contrito,
o meu coração para Ti.
Ofélia
Cabaço
2015-10-27