segunda-feira, 11 de junho de 2012


 Li em tempos, “Marta Freud”, um livro escrito por uma jornalista americana, que depois da morte de Sigmund Freud, conseguiu convencer a mulher, a manter correspondência com ela, jornalista, e mais tarde teve o consentimento dela para publicar aquele livro. Marta que foi apaixonadíssima pelo  marido, teve seis filhos, (não havia a pilula), a mais nova foi a Anne, por quem o pai tinha um afeto muito especial e vice versa. Dias depois de Marta ter tido a filha, ela conversou com o marido e disse-lhe não ter mais forças para engravidar novamente. Freud que era um pinga amor com outras mulheres da Alta Sociedade Burguesa londrina, pois naquela altura, moravam há muitos anos em Londres devido à guerra na Austria, sua terra natal.  Após aquela conversa, Freud  nunca mais tocou na mulher. Tratou-a sempre como a sua mulher e mãe dos seus filhos, mas rejeitou-a totalmente em termos de afetos. Ia de férias com a sua cunhada, irmã da mulher, que por sinal era uma gorda enorme.Recebia no rés-do-chão da sua casa, (onde instalou o seu consultório) as suas doentes, e os seus discípulos, pois estávamos na era da descoberta da psicanálise não deixando de ter os seus romances com algumas delas e não se sabe bem quais é que eram os sentimentos de Freud em relação aos discípulos, seriam só científicos? A mulher  que era uma intelectual e pertencente a uma família judaica de bom nível social, ficou apagada na sua vida intelectual e amorosa, até à sua morte. Marta queixava-se de tudo isso, sempre ressalvando o grande amor que teve por Sigmund Freud.
 Claro que, após a morte de  Freud, verificando o vazio que foi a sua vida, Marta ficou revoltada, a angústia foi crescendo na sua alma até ao fim dos seus dias. Uma grande mulher que renunciou a todas as suas capacidades intelectuais, sob o entorpecimento que o marido fez dela com o seu egoísmo. Este livro marcou-me imenso, porque apesar da sua tristeza, Marta zelou sempre pelo marido, pelos filhos, pela sua casa e embora tivesse tido momentos de revolta silenciosa, nunca deixou de amar o marido, salvaguardando a imagem do próprio Sigmund Freud.
Este foi o Senhor que descobriu a psicanálise. Foi um grande cientista, mas não foi grande marido!

Não consigo deixar de dizer, que aprendi lições extraordinárias em todos os livros que li, começando pelos Clássicos e por aí adiante. Torga é um escritor que me encanta, Aquilino igualmente, Eça e Camilo fenomenais. Quando visito a casa de Camilo em S. Miguel de Seide, é como se tivesse um retrocesso ao passado e algumas vivências com aquele escritor, através dos livros dele e da sua vida atribulada.
Para mim cada livro, cada história é um exemplo indicador para a minha caminhada, quer pessoal, quer profissional.


Of all the books I read was one that taught me all at once several interesting aspects, a great moral work, dignity, sharing and friendship.
The writer is Luis Sepulveda and the story is "The Cat who taught the Flying Swallow."
A fantastic example of that since we want, we can complete our goals.
The gull to fly over an ocean of oil spill, was hit while trying to feed themselves. He tried to loosen up the cost and when he did, went to a balcony, where he lived a big cat, black and fat, which was called Zorbas.

Estava o gato a ronronar na varanda, quando de súbito, viu um objecto voador cair de encontro a ele.
Percebeu que era uma gaivota gravemente doente.
Quando se abeirou da gaivota, ela  disse-lhe que ia morrer, pois tinha sido atingida pela maré negra.
Zorbas queria ajudar, mas a gaivota disse-lhe que, como ele lhe parecia ser um gato bom, ela ia tentar a todo o custo pôr um ovo, e apelando aos sentimentos nobres do gato, pediu-lhe  para tratar bem do ovo e quando nascesse uma gaivota que lhe ensinasse a voar.
Zorba tinha outros amigos, foi ter com eles para saber como fazer para o ovo chocar e nascer uma gaivota.
Secretário,Barlavento e Colonello acompanharam Zorba até casa dele e quando lá chegaram a gaivota já tinha morrido, mas tinha um ovo a seu lado.
Depois de enterrarem a  gaivota, decidiram chocar o ovo.
Um belo dia nasceu a gaivota, à qual deram-lhe o nome de Ditosa.
Seguidamente era necessário ensiná-la a voar para que Zorbas pudesse cumprir a ultima parte da promessa. A primeira tentativa não teve sucesso, então os gatos resolveram pedir ajuda a um humano.
Zorbas e o humano foram para o terraço de um prédio muito alto para ajudarem a Ditosa a voar.
Era um dia chuvoso e quando o humano e Zorbas lançaram a Ditosa para o ar, ela desapareceu e eles pensaram que ela tinha caído, mas de repente a gaivotazinha surgiu por entre as nuvens a voar e a acenar.
Depois há uma descrição do autor que é maravilhosa “ Zorbas permaneceu ali a contemplá-la, até que não soube se foram as gotas de chuva ou as lágrimas que lhe embaciaram os olhos amarelos de gato grande, de gato preto e gordo, de gato bom, de gato nobre, de gato de porto.”
Aviso aos homens: não formem marés negras, pois quem sofre a maior parte das vezes,  são os animais que vão ao mar para se alimentarem.

Ofélia Cabaço - Maio de 2012
 

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