O
Sol brilha…,
A Natureza, toalha de linho,
Se
estende sobre colinas e montanhas,A Natureza, toalha de linho,
Bebo sôfrega aquele instante, ébria,
Abraço a beleza das coisas (…)
Sinto aquela paz que só em criancinha
Era sentida numa liberdade tão minha,
Uma alegria inquietante, uma luz…,
Não sem ternura, não sem nervura,
Alegria que se sumia com minhas travessuras
Por bem ou por mal não sei…,
Efémera foi, eu sei!
Pede a Alegria guarida em minha alma,
E no entanto, foge nas asas dum corvo,
Que proemina para mim, desventura (…)
Ò Alegria vem, e em minha casa perdura,
Não seja Alegria efémera, padecida,
Quiçá, igual à Alegria do suicida…
Ofélia Cabaço
2019 – março -