sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Flor (...)

Entre todas a enigmática...,
A quem os olores são pertença
A flor, bela e autêntica, 
No Tempo..., apenas aguarelas,
Formosas pétalas questionam crenças,
O seu pedúnculo emana recordação
Marca indelével no círculo terreno
Sorrisos em rosados lábios, inveja
Em quem mal deseja...,
Fervilham emoções nos corações,
A flor tem força de Titã...,
Abre-se na aurora cristalina
Natureza indestrutível,
Mistério sublime..., na antemanhã
Aurora e Titã...
Se tocam..., e como flui a bela Natureza,
Na flor reacendem, os olores e a formosura...!

Ofélia Cabaço
2018-01-05



quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Neste Dia Cinzento,

Aquela Voz que em mim permanece
No silêncio dos dias, expectável,
Teima com a pena o que prevalece,
O Ser que contempla o inexplicável;

Ao que o Universo oferece...,
Nestes dias em que o cinzento no firmamento
Se estende, e as nuvens chorosas,
Pairam na sustentação do infinito;

Choram as árvores, calam-se as aves
Num contínuo descontentamento...,
Anseio o amarelo odorífico das mimosas
Os reflexos do Sol, as suas carícias...;

Anseio cheiros a pinho e rosmaninho, delícias
Que ao espírito contenta...,
Que enrubescem a vida de ardor e amor;

Lá fora, um silêncio com negra vestimenta...,
A bruma envolve-se na serra,
Subtil carícia sobre a terra;
Ofélia Cabaço
2018-01-04











quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Momentos...,

Naqueles momentos,
Em que é ausente a claridade
E que nem a luz da vela ilumina,
O Sol, estrela maior, se esconde...,

Os corações fecham-se emudecidos,
Exaltação amortecida em avançada idade,
Esvai-se a fecundidade,
Morre a semente, e não aflora a bonina...;

Escada íngreme, subimos até onde?
Perguntamo-nos, olhares padecidos...,
De boca calada no caminho do caminhante,
Resposta muda aos sonhos perseguidos;

Há outros, em que pensamos jardins e pomares,
Laranjais..., das laranjas o sumo saboreamos,
O Sol insinua-se de mansinho,
As montanhas verdejam, frescos são os ares;

Os pássaros chilreiam do invólucro dos ninhos
E a nossa caminhada é brisa e ondas dos mares
Para onde vamos?

Sonhos que passam embalados
No som mavioso de pássaros cansados
Pressintamos..., em ilusão consinta...,

Ofélia Cabaço
2018-01-03




segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Quietude...

Minh´alma arde no silêncio
Deste repoiso a que me obrigo,
Pergunto-me quem sou...,
O que seria se fosse uma flor, balbucio

Vezes sem conta no meio do silêncio,
O teu nome, sem ti não há abrigo!
Não desgosto (…), nesta minha quietude,
De viver e pensar comigo...;

Porém, sinto o vazio das “coisas”,
E não encontro o desejável...
Procuro o desconhecido, árvore respeitável,
Com vestes de esperança e causas...;

Casas por onde andei, vazias de cor e ardor,
Como procissão sem andor...
Saltei o muro do jardim sem nenhuma flor,
Se flor eu fosse, queria ser camélia (…)

Esquecer que um dia fui Ofélia...,
À espera do nada no horizonte da melancolia;



Ofélia Cabaço
2018-01-01