terça-feira, 21 de novembro de 2017

O Rio e a Glicínia

No fundo do quintal uma glicínia
Trepava em direção ao rio, Virgínia,
Encantada, contemplava o rio e a glicínia...
Ciciavam fervorosamente ao nascer do dia,
O rio e a glicínia...,

Enchiam o ar de vida e cheiros,
Na tela, Virgínia, pincelava cor magenta
Na ilusão inquieta de transformar o Tempo
Da Vontade, a Esperança tudo aguenta (...)

Tempo de todos, aquele, que um dia se esvai;

Tronco e ramos vestidos de roxo, curvados,
Abriam seus belos braços, estenderam mortificados,
Sobre o rio da água enamorada, as mais belas glicínias;

E porque morrem as flores e a água corre,
O silêncio e o tempo abafam vidas e cheiros...
Neste manto terreno é a Esperança que nos acorre.

Ofélia cabaço
2017-11-20





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