terça-feira, 14 de março de 2017

Finito

Naquela noite inclemente
A tua mão descansou sobre a minha
O meu amor por ti foi tanto, ardente
A tua alma perfumou o instante...

Como airosa flor,
O teu coração gigante,
Adornou o meu, com frescura e amor
Olores a lírios do campo floridos...

Oiço a tua voz dócil como néctar
Nos lugares por nós percorridos
E o vento norte a faz vibrar, mensagem
Trazida das nuvens para me alimentar,

O Bem tão teu, arreigado em ti,
Leve como o ar da primavera
O sopro que me deixaste..., senti

O caminho acabado, nada retempera
A água a correr no Templo da vida,
Uma infinita paragem...


Ofélia Cabaço
2017-03-14


domingo, 5 de março de 2017

Maldade,

Terra nossa bendita
Onde o Bem prevalece
Sob denso véu se esconde a maldade
Espectro que não é o que parece
E se alevanta a todo o tempo e idade (…)

Floresta desventrada, doença tísica
Corpo sem alma que abate
Quem as trevas combate,
Se impõe na má-fé, predita

Ódio, inveja pela calada do dia...

Quando a noite é infinita
Em dor, sofrimento e choro
Para quem nada mais podia...
Desumanidade e rancor, agora

Rosto de falsa beleza
Abrigado em frágeis arvoredos
Sobre túmulo de memórias e segredos
Não! É de má cepa o tronco!

E por má raiz primitiva,
Ódio e vingança motiva...
Onde o Bem prevalece,
O sentimento alvorece!

Na contemplação do Universo
O AMOR é uno,
E, um poético verso!

Ofélia Cabaço
2017-03-05





sexta-feira, 3 de março de 2017

Tenho Frio,

A chuva caía ruidosa
Olhei o molhado nas coisas
Vi chorar o limoeiro, triste...
Desigual a outras vezes,

Olhei o teu retrato, saudosa,
Lembrança que me assiste...
Pois ali, sabia eu que estavas,
Que me importa a Razão?

Dizem-me para seguir,
A Primavera acontece...
Para quê conseguir?
Se há dias que se fecham as flores,

E o mundo não tem cores...
De mim se esquece o Sol, tenho frio,

Do mais fino ao simplório
A dor devora sem clemência (…)

Ofélia Cabaço
2017-03-03