quarta-feira, 18 de maio de 2016

FLOR

Flor que é, eu cuido,
Semente que o vento não leva
Floresce, e por minhas mãos não descuido
Sua sede, dissipo ruim erva
Em redor de si, na terra imposta,
Se alarguem verdes campos...
Pasce no vergel a pedra oposta;

Flores e suas folhas vivem primavera
Esquecendo a flor o inverno, e os invernos
que habitam nele...

A flor não colho, flor coeva...
No estreito que é a vida, usemos a existência,
Negando subtilmente a impotência (…)

Quando o teu sono perdurar, teus lábios ternos
Se tornarem baços, e o teu corpo matéria impura,
Flores no outeiro eu colho para ti,
E lá no alto da ultima esperança, minh´alma jura
Amor eterno (...)

Ofélia Cabaço
2016-05-18





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