quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Repoisa a Tarde,

Inda a tarde preguiçosamente repoisa
E a noite que não veio àquela hora,
Insinua-se languescente, mansamente…
É oiro e cor o entardecer, agora
Meus queixumes não oiço,
Serena, minh´alma sorri…

Ouvem-se serenatas de pássaros sem poiso
Papoilas nos campos debruçadas
Da morna tarde fatigadas
Anseiam com agonia o luar
E a brisa volúvel a beijar…
O luar com véu furta-cores, ilusões
Que se escondem nos corações
Com carícias que não ouso
Inda a tarde repoisa…
E o poente de ouro e cereja
Se despede!
Hora crepuscular, assim seja
A noite p´los caminhos…

Ofélia Cabaço
2015-07-06


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