Pisar o palco para ti
Contar emoções que senti
Nos sonhos em que foste altruísta
Fala meu amor, tu existes,
No meu palco nunca te ouvi
Oiço cânticos nas noites tristes
É a cotovia que me desperta
E o vento que me faz bater o coração
Sussurra, como quem me enlouquece!
Num retumbante de ilusões e quimeras
Aperto os lábios trémulos, recordação,
Minha alma desinquieta, a cismar
Oro à deusa dos rios e do mar
Peço-lhe cascatas das suas águas
Num turbilhão de sons e música
Canções cristalinas e lembranças tuas,
E a tua ausência que me torna tísica,
Passa por mim e a minha dor transporta
À noite dorme na soleira da tua porta
Como uma douda insiste na minha doudeira
As cortinas descem, no silêncio costumeiro
A tua voz balbucia palavras dissolúveis
Sozinha no palco como um romeiro,
Vislumbro caminhos voláteis.
Ofélia, é deste que eu gosto muito. Obrigado
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